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Plantas que Alteram a Mente: 4 Espécies Psicodélicas e Seus Efeitos no Cérebro

De rituais ancestrais a pesquisas modernas, conheça plantas que provocam alucinações poderosas e seus impactos neurológicos mais profundos.

As plantas sempre foram aliadas do ser humano — na alimentação, na cura e, em muitos casos, na espiritualidade. No entanto, algumas espécies vegetais vão além: possuem propriedades psicoativas capazes de alterar profundamente a percepção da realidade, provocando alucinações, experiências místicas e até estados de consciência ampliada. Conhecidas como plantas psicodélicas, essas espécies têm sido usadas há séculos em rituais xamânicos, cultos religiosos e, mais recentemente, em pesquisas científicas sobre saúde mental.

Neste artigo, vamos explorar quatro das plantas psicodélicas mais conhecidas, entender como elas atuam no cérebro e descobrir os efeitos que provocam  tanto fascinantes quanto potencialmente perigosos.

Plantas alucinógenas - Espécies e seus efeitos psicodélicos

1. Ayahuasca (Banisteriopsis caapi + Psychotria viridis)

Cultivo de Psychotria viridis e a sustentabilidade da ayahuasca

A bebida sagrada da Amazônia

A ayahuasca é uma infusão feita a partir da combinação de duas plantas amazônicas: o cipó Banisteriopsis caapi e as folhas de Psychotria viridis, que contém o potente composto psicoativo DMT (dimetiltriptamina).

Efeitos no cérebro:
O DMT se liga aos receptores de serotonina no cérebro, causando alucinações visuais, sinestesia (mistura de sentidos), sensação de transcendência espiritual e memórias intensificadas. Estudos modernos apontam que a ayahuasca pode induzir estados de introspecção profunda e auxiliar em tratamentos para depressão e traumas — embora seu uso deva ser sempre supervisionado.

Uso tradicional:
Comum em rituais indígenas e religiões como o Santo Daime, a ayahuasca é vista como ferramenta de cura espiritual e reconexão com o sagrado.

2. Peyote (Lophophora williamsii)

Peiote Lophophora williamsii — Dbambu

O pequeno cacto do deserto com grandes efeitos

Encontrado no México e no sul dos EUA, o peyote é um cacto sem espinhos que contém mescalina, um alcaloide psicodélico que altera a percepção sensorial.

Efeitos no cérebro:
A mescalina afeta os receptores de serotonina, como o DMT e o LSD. Os usuários relatam visões coloridas, alterações no tempo e espaço, sensação de unidade com o universo, além de náuseas e desconforto físico durante os primeiros momentos da experiência.

Uso cultural:
Para os povos indígenas Huichol e navajos, o peyote é um portal para o mundo espiritual. Em rituais, ele é utilizado para buscar visões, curas e ensinamentos divinos.

3. Iboga (Tabernanthe iboga)

Esta planta psicoactiva pode salvar vidas – e todos querem tirar proveito dela

A raiz africana que leva à introspecção extrema

Natural da África Ocidental, a iboga é uma planta usada tradicionalmente por povos como os Fang e os Bwiti em rituais de iniciação espiritual. Seu princípio ativo é a ibogaína, um poderoso alcaloide psicoativo.

Efeitos no cérebro:
A ibogaína atua em vários neurotransmissores, incluindo dopamina, serotonina e opióides, provocando alucinações intensas, revisões de memórias passadas e longos estados de introspecção.

Uso terapêutico:
Além dos rituais, a ibogaína vem sendo estudada como potencial tratamento contra vícios em drogas, especialmente opioides, ao reduzir a abstinência e os desejos compulsivos.

4. Cogumelos Psilocibinos (Psilocybe cubensis e outras espécies)

A)tipicidade da venda do fungo psilocibino

Os “cogumelos mágicos” das experiências psicodélicas

Espécies como Psilocybe cubensis, Psilocybe mexicana e Psilocybe semilanceata contêm psilocibina, um composto que se converte em psilocina no organismo  a substância responsável pelos efeitos alucinógenos.

Efeitos no cérebro:
A psilocina se liga aos receptores de serotonina e cria mudanças profundas na percepção sensorial, distorções visuais, dissolução do ego e sensação de unidade cósmica. Experiências com esses cogumelos costumam durar entre 4 a 6 horas.

Uso moderno:
Hoje, há uma nova onda de estudos científicos sobre os cogumelos psilocibinos para o tratamento da depressão resistente, ansiedade e estresse pós-traumático, com resultados promissores em ambientes terapêuticos controlados.

Aviso importante:

Embora o uso tradicional dessas plantas esteja enraizado em contextos espirituais e curativos, o uso recreativo ou não supervisionado pode trazer riscos significativos, incluindo surtos psicóticos, ansiedade severa e danos psicológicos. Muitos desses compostos são controlados por lei em diversos países, incluindo o Brasil. Portanto, seu uso deve sempre respeitar a legislação e, quando possível, estar inserido em contextos clínicos ou religiosos autorizados.

Conclusão

As plantas psicodélicas representam uma fronteira fascinante entre o natural e o espiritual, o ritualístico e o terapêutico. Capazes de provocar experiências transformadoras e alterar profundamente o funcionamento cerebral, elas fascinam culturas há milênios e, agora, também chamam a atenção da ciência. No entanto, diante de seu poder, é preciso responsabilidade, respeito às tradições e cuidado com os limites da mente humana.

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