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“Otrovertido”: o novo tipo de personalidade entre o introvertido e o extrovertido que redefine a forma de se relacionar

Criado pelo psiquiatra americano Dr. Rami Kaminski, o conceito de “otrovertido” propõe uma nova maneira de entender as relações humanas. Trata-se de pessoas empáticas, sociáveis, mas que preferem conexões profundas e significativas em vez de grandes grupos e interações superficiais.

Durante décadas, a psicologia dividiu as personalidades humanas em dois grandes grupos: os introvertidos, mais reservados e introspectivos, e os extrovertidos, comunicativos e energizados pela convivência social. No entanto, a vida moderna, com suas complexas redes sociais e novas formas de interação, vem mostrando que o comportamento humano é muito mais fluido do que essas categorias tradicionais sugerem.

Em setembro de 2025, o psiquiatra americano Dr. Rami Kaminski, professor e pesquisador da Universidade de Columbia, apresentou um novo conceito que promete redefinir essa discussão: o “otrovertido”.

Segundo Kaminski, os “otrovertidos” são pessoas empáticas, reflexivas e autênticas, que gostam de se relacionar, mas preferem interações significativas a encontros numerosos ou superficiais. São indivíduos que transitam entre o mundo interno e externo com equilíbrio, mas sem se encaixar totalmente nem na introversão nem na extroversão.

O termo, derivado do espanhol “otro” (outro), faz referência à profunda sensação de alteridade que caracteriza essas pessoas — uma consciência viva da diferença entre si e os outros, acompanhada por uma empatia singular.

Neste artigo, exploraremos em profundidade o conceito de “otrovertido”: sua origem, características principais, base científica, implicações sociais e o que ele revela sobre o futuro do comportamento humano.

1. A origem do conceito: quem é Dr. Rami Kaminski e o que o inspirou

O Dr. Rami Kaminski é um renomado psiquiatra e pesquisador americano especializado em neuropsiquiatria e psicologia do comportamento social. Com décadas de experiência clínica, ele se tornou conhecido por integrar abordagens biológicas, emocionais e filosóficas em sua compreensão da mente humana.

Em entrevistas recentes, Kaminski explicou que o conceito de “otrovertido” surgiu da observação de pacientes que não se encaixavam nas classificações tradicionais. Muitos deles relatavam se sentir confortáveis socialmente, mas simultaneamente deslocados, preferindo relações individuais mais profundas a grupos grandes e barulhentos.

Essas pessoas, embora sociáveis, apresentavam uma autonomia emocional marcante, mantendo-se fiéis a seus valores e sentimentos mesmo quando isso as afastava de normas e convenções sociais. Foi a partir dessas observações que Kaminski cunhou o termo “otrovertido”, para designar um novo espectro de personalidade baseado na empatia e na autenticidade.

2. O que significa ser “otrovertido”: a terceira via da personalidade

O “otrovertido” é uma figura de transição entre os polos da introversão e da extroversão. Ele não rejeita o contato social, mas o encara de maneira seletiva e profunda.

Enquanto o introvertido tende a se recarregar no silêncio e o extrovertido no convívio, o otrovertido encontra equilíbrio na interação significativa com o outro. Seu prazer social não está na quantidade de pessoas, mas na qualidade emocional da conexão.

De forma resumida:

Traço Introvertido Extrovertido Otrovertido
Fonte de energia Solitude Interação social Conexão emocional genuína
Estilo de comunicação Reservado Expressivo Reflexivo e empático
Preferência social Grupos pequenos ou solidão Multidões e eventos Relações íntimas e significativas
Autopercepção Autoanálise intensa Autoexpressão pública Autenticidade emocional
Relação com normas sociais Evita conflitos Adapta-se facilmente Questiona e evita conformidade

O otrovertido pode participar de grupos e ser carismático, mas logo sente necessidade de retornar ao próprio centro emocional para se reequilibrar. Essa alternância o torna uma personalidade híbrida, com grande capacidade de introspecção e empatia.

3. A empatia como eixo central do otrovertido

Para Kaminski, a empatia é o núcleo da personalidade otrovertida. Diferentemente de outros perfis, que buscam aceitação ou estímulo externo, o outrovertido se move por compreensão e conexão emocional.

Essas pessoas têm uma percepção aguçada dos sentimentos alheios, o que as torna ótimos ouvintes e mediadores naturais. No entanto, essa mesma sensibilidade pode gerar sobrecarga emocional, especialmente em ambientes onde há conflitos ou energia social dispersa.

Em suas palavras, Kaminski descreve:

“Os otrovertidos vivem o paradoxo de sentir-se profundamente conectados ao mundo e, ao mesmo tempo, estranhos a ele. São seres de ponte — entre o eu e o outro.”

Essa empatia elevada também explica por que os outrovertidos evitam grupos grandes: o excesso de estímulos emocionais pode causar exaustão mental, levando-os a buscar refúgio em conversas mais íntimas e autênticas.

4. Autonomia emocional: a força silenciosa dos otrovertidos

Outro traço marcante desse novo perfil é a autonomia emocional. Os outrovertidos tendem a valorizar sua independência interior, não se deixando facilmente influenciar por modismos, pressões sociais ou necessidade de aprovação.

Eles são empáticos, mas não absorvem a energia dos outros a ponto de perderem a própria identidade. Essa combinação de empatia e firmeza faz deles indivíduos equilibrados, ponderados e autênticos.

Em termos psicológicos, a autonomia emocional está ligada à maturidade afetiva, característica comum em pessoas com alto grau de autoconhecimento. O otrovertido consegue ouvir, compreender e se importar, sem se fundir com as emoções alheias.

Essa habilidade é especialmente valiosa em tempos de redes sociais, onde a exposição excessiva e a busca por validação se tornaram a norma. O otrovertido, ao contrário, prefere a intimidade da experiência autêntica à teatralidade pública.

5. A alteridade e o sentimento de deslocamento

O conceito de “alteridade” — a consciência do “outro” como ser diferente de si — é fundamental para compreender a essência do otrovertido. Kaminski o descreve como alguém que vive constantemente entre o pertencimento e o distanciamento.

Essas pessoas se sentem à vontade em interações próximas, mas estranhas em contextos sociais amplos, onde prevalecem superficialidade e conformismo. Não é que rejeitem a convivência — elas apenas buscam profundidade em um mundo de distrações.

Muitos outrovertidos relatam uma sensação de “não pertencer completamente”, mesmo estando cercados por pessoas. Esse sentimento de deslocamento não é necessariamente negativo; ele alimenta uma visão mais crítica e empática da sociedade, permitindo-lhes observar sem se perder no coletivo.

Em termos existenciais, o otrovertido é um ser de fronteira — vive entre mundos, conectado ao social, mas fiel à própria individualidade.

6. Entre Jung e Kaminski: uma nova leitura da personalidade

O conceito de “otrovertido” dialoga diretamente com as teorias clássicas de Carl Gustav Jung, o psicólogo suíço que, no início do século XX, cunhou os termos introversão e extroversão.

Jung definia a introversão como o direcionamento da energia para o mundo interior e a extroversão como o direcionamento para o mundo exterior. No entanto, ele próprio admitia que a maioria das pessoas é uma combinação de ambos, o que levou à ideia posterior do ambivertido — alguém que transita entre os dois extremos.

O otrovertido, entretanto, vai além do ambivertido. Enquanto o ambivertido busca equilíbrio entre dentro e fora, o otrovertido foca na relação com o outro como espaço de crescimento e reflexão. Sua energia não está apenas no eu (como o introvertido) nem no ambiente (como o extrovertido), mas na conexão entre ambos.

Kaminski propõe, assim, uma terceira dimensão da personalidade, centrada na alteridade e na empatia, não apenas na direção do fluxo de energia, mas na qualidade das interações humanas.

7. Outrovertidos na vida cotidiana: como reconhecê-los

Os outrovertidos podem estar em qualquer ambiente, embora frequentemente passem despercebidos por não buscarem destaque. Eles são as pessoas que:

  • Preferem conversas profundas a festas movimentadas;

  • Sentem-se confortáveis sozinhos, mas também valorizam boas companhias;

  • Observam mais do que falam, mas quando se expressam, o fazem com clareza e propósito;

  • São seletivos nas amizades, mantendo poucos laços, porém duradouros;

  • Demonstram empatia sem necessidade de reciprocidade imediata;

  • Resistem à pressão de se conformar, mesmo quando isso os torna diferentes.

Na prática, os outrovertidos são excelentes conselheiros, artistas, escritores, terapeutas, educadores e líderes humanistas. Sua capacidade de compreender o outro e agir com equilíbrio os torna pontes entre mundos distintos — emocionais, culturais e sociais.

8. O impacto do mundo moderno na ascensão dos outrovertidos

O surgimento desse conceito reflete também mudanças culturais e tecnológicas profundas. Vivemos na era da hiperconectividade — onde todos estão “presentes”, mas raramente realmente conectados.

As redes sociais criaram uma ilusão de extroversão generalizada, mas, ao mesmo tempo, intensificaram o sentimento de solidão e alienação. Nesse cenário, o outrovertido se destaca como resposta a esse paradoxo contemporâneo: é alguém que busca relações reais, autênticas, longe das máscaras digitais.

O Dr. Kaminski observa que muitos jovens identificam-se com essa nova categoria porque não se veem representados nem no isolamento total nem na exposição constante. Eles desejam pertencer, mas de forma significativa.

O crescimento da cultura da saúde mental, da meditação e da autenticidade pessoal também reforça esse perfil. O outrovertido, portanto, é um produto e uma solução para a sociedade hiperconectada e emocionalmente dispersa em que vivemos.

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9. Implicações psicológicas e sociais do perfil otrovertido

Reconhecer o perfil otrovertido tem implicações importantes para a psicologia contemporânea e para as relações humanas em geral.

Nas empresas, por exemplo, entender esse tipo de personalidade pode melhorar o trabalho em equipe, favorecendo ambientes mais equilibrados emocionalmente. Outrovertidos costumam ser bons mediadores, capazes de promover harmonia e compreensão entre diferentes perfis de colegas.

Na vida pessoal, eles podem ajudar a redefinir o que significa “ter sucesso social” — não como popularidade ou quantidade de contatos, mas como profundidade e autenticidade nas conexões humanas.

Além disso, o reconhecimento desse novo perfil abre espaço para terapias mais personalizadas, voltadas para indivíduos que não se identificam com os rótulos tradicionais e que valorizam a integridade emocional como pilar de saúde mental.

10. Como desenvolver aspectos “otrovertidos” em si mesmo

Mesmo quem não se identifica totalmente com o perfil pode aprender com ele. Desenvolver traços outrovertidos é, em essência, um exercício de autoconhecimento e empatia.

Algumas práticas que estimulam esse tipo de equilíbrio:

  1. Valorizar o silêncio sem rejeitar o diálogo — saber ouvir tanto a si quanto ao outro.

  2. Praticar a escuta ativa, buscando compreender em vez de responder.

  3. Estabelecer limites emocionais, evitando absorver problemas alheios.

  4. Buscar conexões autênticas, em vez de relacionamentos por conveniência.

  5. Refletir antes de reagir, cultivando presença e intenção nas interações.

Esses comportamentos ajudam a construir uma inteligência emocional refinada, que é o verdadeiro coração do ser otrovertido.

Conclusão

O conceito de “otrovertido” proposto pelo Dr. Rami Kaminski surge como uma das mais instigantes contribuições recentes da psicologia contemporânea. Em um mundo polarizado entre introversão e extroversão, ele oferece uma nova lente para entender a complexidade das relações humanas.

Os outrovertidos representam uma geração que busca profundidade num tempo de excessos, que prefere autenticidade à aprovação e que entende o valor da empatia como força transformadora.

Mais do que uma nova categoria psicológica, o “otrovertido” é um convite à redescoberta da humanidade — a arte de ser social sem perder a própria essência.

Em um planeta cada vez mais barulhento, o otrovertido é a voz serena que nos lembra: a verdadeira conexão nasce do encontro sincero entre duas almas, e não da multidão que nos cerca.

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