Menopausa e alimentação: Estudo revela que dieta rica em vegetais e gorduras saudáveis alivia sintomas da fase

Uma nova pesquisa realizada no Reino Unido está chamando atenção para um fator muitas vezes negligenciado no tratamento da menopausa: a alimentação. O estudo, que acompanhou 914 mulheres que estavam passando por essa fase natural da vida, revelou que uma dieta rica em frutas, verduras e gorduras saudáveis pode reduzir significativamente os principais sintomas da menopausa, como ondas de calor, insônia, alterações de humor e falta de energia.

A descoberta representa uma esperança concreta para milhões de mulheres que enfrentam, muitas vezes em silêncio, os desconfortos físicos e emocionais dessa fase  marcada por mudanças hormonais profundas que afetam o corpo e a mente.

 A força dos fitoquímicos na saúde feminina

Um dos destaques da pesquisa foi a ênfase nos compostos fitoquímicos substâncias naturais presentes nos vegetais, como flavonoides, isoflavonas, carotenoides e polifenóis que têm ação antioxidante, anti-inflamatória e reguladora do sistema hormonal. Esses compostos ajudam a minimizar o impacto da queda de estrogênio, característica da menopausa, promovendo mais equilíbrio e bem-estar.

Segundo o nutrólogo entrevistado para comentar os resultados do estudo, os fitoquímicos presentes em alimentos como soja, linhaça, brócolis, uvas, frutas vermelhas e chá verde atuam no organismo como moduladores hormonais naturais, contribuindo para reduzir os sintomas mais intensos.

O que diz a ciência: Menos sintomas com mais comida natural

Durante o estudo, as 914 mulheres foram orientadas a incluir na dieta:

• Frutas variadas, especialmente as ricas em vitamina C e antioxidantes (laranja, morango, kiwi, mirtilo);

• Verduras e vegetais verdes escuros, como couve, espinafre, rúcula, brócolis e agrião;

• Gorduras saudáveis, presentes no azeite de oliva extravirgem, abacate, oleaginosas (nozes, amêndoas) e sementes (linhaça, chia);

• Fontes vegetais de proteínas e fitoestrógenos, como tofu, tempeh, lentilhas e soja.

As mulheres que aderiram à nova dieta relataram melhoras significativas nos sintomas em menos de três meses. Muitas apontaram redução nas ondas de calor, melhora do sono, mais disposição, melhor digestão e até ganho de autoestima — já que, com o novo estilo alimentar, também perderam peso ou sentiram-se menos inchadas.

 Por que essa fase exige atenção redobrada com a alimentação?

A menopausa não é uma doença, mas uma transição fisiológica. No entanto, os sintomas podem impactar a qualidade de vida de forma profunda, afetando a produtividade, o humor e as relações pessoais. Além disso, com a diminuição dos níveis hormonais, a mulher passa a ter maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, osteoporose e diabetes.

Por isso, investir em uma alimentação estratégica pode ser uma aliada poderosa para prevenir complicações e fortalecer o organismo de forma natural, segura e acessível.

Mais do que dieta: Uma nova forma de cuidar de si

Além de ajustar a alimentação, o nutrólogo também destacou a importância de outros hábitos que potencializam os efeitos da dieta:

• Praticar atividades físicas regularmente, como caminhadas, yoga ou musculação;

• Dormir bem, respeitando o ritmo do corpo e criando rotinas noturnas relaxantes;

• Reduzir o consumo de ultraprocessados, álcool e açúcar refinado, que agravam os sintomas;

• Buscar acompanhamento profissional com ginecologistas, endocrinologistas e nutricionistas.

A mensagem principal é clara: A menopausa não precisa ser uma fase de sofrimento, e sim uma oportunidade de reconexão com o corpo e com a saúde de forma integral.

 Uma nova perspectiva sobre o envelhecer

Durante muito tempo, a menopausa foi tratada como um tabu — associada à perda da juventude e ao fim da fertilidade. Hoje, com mais informação e autonomia, as mulheres estão ressignificando essa fase como um novo ciclo de liberdade e autoconhecimento.

A alimentação surge, nesse contexto, como ferramenta central de autocuidado e respeito com o próprio corpo. O que se come pode, sim, transformar como se vive e as evidências científicas mais recentes reforçam essa conexão poderosa.