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Você conhece o Pika? O Pequeno Mamífero Descoberto na China que Encanta Cientistas e Ambientalistas

Um encontro raro nas montanhas: como o pika foi descoberto e por que sua preservação se tornou uma missão global

Em 1983, nas remotas montanhas da China, um grupo de pesquisadores partiu com um objetivo bem definido: estudar doenças infecciosas e explorar os recursos naturais da região. No entanto, o que eles encontraram acabou se tornando uma das descobertas mais fascinantes da zoologia recente. Liderados por Weidong Li, cientista do Instituto de Ecologia e Geografia Xinjiang, a equipe se deparou com um pequeno mamífero de aparência peculiar, até então desconhecido para a ciência: o pika de Ili (Ochotona iliensis).

Desde então, esse pequeno animal passou a ser alvo de estudos, campanhas de preservação e até símbolo da importância de manter ecossistemas de alta montanha intactos. Sua raridade e a dificuldade de encontrá-lo na natureza aumentaram seu fascínio e reforçaram a necessidade urgente de protegê-lo.

Neste artigo, vamos explorar em profundidade quem é o pika, como vive, quais são suas ameaças, e por que ele se tornou um ícone silencioso da luta pela biodiversidade.

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 Quem é o pika?

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O pika é um pequeno mamífero herbívoro pertencente à família Ochotonidae, parente próximo dos coelhos e lebres, mas com características únicas que o diferenciam. Medindo cerca de 20 centímetros de comprimento e pesando pouco mais de 200 gramas, ele é facilmente reconhecível por suas orelhas arredondadas, cauda curta e pelagem densa que varia do cinza ao marrom-avermelhado.

Apesar de sua aparência delicada, o pika é extremamente resistente, adaptado a sobreviver em altitudes superiores a 2.800 metros, onde as temperaturas podem despencar abaixo de zero durante boa parte do ano.

Características marcantes:

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  • Tamanho: pequeno, semelhante a um hamster grande.

  • Orelhas: curtas e arredondadas, ajudando a conservar calor.

  • Pelagem: muda conforme a estação; mais densa e clara no inverno.

  • Hábitos: diurno e muito ativo no verão, quando armazena comida para o inverno.

A descoberta em 1983

O pika de Ili foi descoberto acidentalmente por Weidong Li durante uma expedição para estudar doenças e ecossistemas montanhosos na região de Xinjiang, noroeste da China.

O primeiro encontro foi rápido — o animal, curioso, observava a equipe de uma fenda rochosa, mas desapareceu em segundos. Após capturar alguns exemplares para estudo, Li percebeu que não se tratava de nenhuma espécie já catalogada.

A descoberta foi documentada, mas o pika permaneceu praticamente invisível por mais de uma década, com pouquíssimos registros fotográficos ou visuais.

 Distribuição geográfica e habitat

O pequeno mamífero que se adaptou bem à mudança climática | VEJA

O pika de Ili habita as Montanhas Tianshan, uma cordilheira que atravessa o Cazaquistão, Quirguistão e a região de Xinjiang na China. Seu território é pequeno e fragmentado, restrito a áreas de alta montanha, o que aumenta o risco de extinção.

Fatores importantes do habitat:

  • Altitude: vive entre 2.800 e 4.000 metros.

  • Clima: frio e seco, com neve por até oito meses no ano.

  • Vegetação: alimenta-se principalmente de gramíneas alpinas e pequenas plantas floridas.

4. Alimentação e comportamento

Pika, mamífero de 20 cm, entra na lista de ameaçados de extinção - Jornal Fatos e Notícias

O pika é herbívoro estrito. No verão, dedica grande parte do dia à coleta de folhas, caules e flores, que são cuidadosamente secos ao sol e armazenados em ninhos subterrâneos — um comportamento conhecido como “produção de feno”. Essa prática é vital para sua sobrevivência no inverno rigoroso, quando a vegetação está inacessível.

Apesar de pequeno, é territorial e defende seu espaço contra outros pikas. Sua vocalização aguda serve tanto para comunicação entre indivíduos quanto para alertar sobre predadores, como aves de rapina e raposas.

5. Ameaças à sobrevivência

Pika, mamífero de 20 cm, está ameaçado de extinção na China - Portal Norte

O pika de Ili está listado como espécie em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre as principais ameaças estão:

  • Mudanças climáticas: o aumento da temperatura empurra a espécie para altitudes cada vez maiores, reduzindo seu habitat.

  • Atividades humanas: expansão agrícola e mineração na região.

  • Isolamento populacional: áreas de habitat separadas dificultam a reprodução entre grupos.

A soma desses fatores faz com que o pika seja considerado um dos mamíferos mais raros da Terra, com estimativas de que menos de mil indivíduos existam na natureza.

Esforços de conservação

Weidong Li, o descobridor do pika, dedicou boa parte de sua carreira à proteção da espécie. Campanhas de conscientização, projetos de monitoramento e tentativas de preservação do habitat têm sido implementados, mas com recursos limitados.

O pika também se tornou um símbolo da importância de proteger ecossistemas montanhosos, que abrigam diversas espécies igualmente ameaçadas e pouco conhecidas.

Pika e a cultura popular

Embora ainda pouco conhecido globalmente, o pika já conquistou espaço na cultura popular, especialmente entre amantes da vida selvagem. Sua aparência fofa e o apelido de “coelho mágico” renderam comparações com personagens de desenhos e até inspirações em mascotes de campanhas ambientais.

 Lições da história do pika

O caso do pika de Ili mostra como espécies raríssimas podem permanecer desconhecidas mesmo em pleno século XX e XXI, e como descobertas acidentais podem transformar a percepção da biodiversidade. Também reforça a urgência de preservar regiões pouco exploradas, que podem esconder tesouros biológicos prestes a desaparecer.

Conclusão

O pika é muito mais que um pequeno mamífero encontrado por acaso nas montanhas chinesas. Ele representa a fragilidade e a beleza da vida selvagem em regiões extremas, um lembrete de que há muito a ser descoberto e protegido no planeta. Sua história inspira cientistas, ambientalistas e curiosos, e sua preservação é um desafio que exige ação imediata.

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