Ciência e Tecnologia

Chip Cerebral da Neuralink Permite Agora Mover Membros Robóticos Apenas com o Pensamento

Um novo marco na integração entre cérebro e tecnologia reacende esperanças para pessoas com paralisia e acelera a corrida global por interfaces neurais avançadas

Nos últimos anos, a relação entre cérebro e tecnologia tem dado saltos significativos — e a Neuralink, empresa fundada por Elon Musk, tornou-se um dos principais nomes dessa revolução. Em dezembro de 2025, a companhia anunciou um avanço histórico: pessoas com o chip cerebral implantado agora conseguem controlar membros robóticos apenas com o pensamento, com precisão suficiente para realizar movimentos delicados, como aproximar um braço mecânico e dar um beijo nele.

Esse marco ocorre enquanto a empresa ainda conduz sua fase clínica, com implantes testados em indivíduos com lesões graves, como paraplegia e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Mas a demonstração pública, protagonizada por Rocky Stoutenburgh — conhecido como RockyNoHands — reacendeu o debate sobre o futuro das interfaces cérebro-computador (BCIs), seus desafios éticos, sua utilidade médica e até seu potencial impacto social.

Neste artigo, você vai entender o que exatamente esse chip faz, como funciona o controle mental, quem pode se beneficiar da tecnologia, em que etapa os testes estão, quais as aplicações futuras possíveis e por que esse avanço representa um divisor de águas na neurotecnologia moderna.

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O CHOQUE TECNOLÓGICO: O CHIP QUE MOVE UM BRAÇO ROBÓTICO COM O PENSAMENTO

VÍDEO: paciente que recebeu 1º implante da Neuralink mostra como chip cerebral funciona | G1

A Neuralink demonstrou publicamente que seu implante cerebral permite que usuários realizem movimentos precisos em um braço robótico apenas ao pensar na ação. A tecnologia funciona captando sinais neurais relacionados à intenção de movimento e os traduzindo em comandos computadorizados.

A demonstração mais marcante foi realizada por Rocky Stoutenburgh, paraplégico desde 2006. No vídeo compartilhado por ele, é possível ver o braço robótico responder diretamente aos seus pensamentos: ele aproximou o membro artificial até o rosto e o beijou — um gesto simbólico que viralizou e marcou o novo ápice da tecnologia.

Essa cena resume décadas de pesquisas em neuroengenharia e representa o que especialistas chamam de controle motor neural em tempo real, algo que apenas alguns grupos no mundo conseguiram alcançar.

COMO FUNCIONA A TECNOLOGIA DA NEURALINK?

Apesar de falha, primeiro paciente com chip cerebral da Neuralink se diz otimista

A ponte entre cérebro e máquina

O dispositivo da Neuralink é uma interface cérebro-computador (ICC) equipada com eletrodos ultrafinos capazes de registrar a atividade elétrica de neurônios. Esses sinais são enviados para um software de interpretação neural, que identifica padrões associados a intenções motoras — como alcançar, segurar ou mover um objeto.

Os principais componentes incluem:

  • Implante neural: um chip com forma compacta, inserido diretamente no crânio.

  • Fios ultrafinos: mais finos que um fio de cabelo, inseridos milimetricamente no córtex motor.

  • Decodificador neural: algoritmo treinado para interpretar padrões cerebrais.

  • Sistema computacional externo: responsável por enviar os comandos ao braço robótico.

O diferencial da Neuralink está na combinação de alta precisão, algoritmos avançados de aprendizado de máquina e uma cirurgia robótica projetada para minimizar riscos.

A FASE CLÍNICA: QUEM JÁ RECEBEU O CHIP?

Apesar de falha, primeiro paciente com chip cerebral da Neuralink se diz otimista

A Neuralink reforça que tudo está sendo desenvolvido com cautela e rigor científico. A empresa já implantou o chip em 12 voluntários desde janeiro de 2024, todos participantes de um ensaio clínico autorizado nos Estados Unidos.

O primeiro paciente

O primeiro implante ocorreu em um homem com lesão na medula espinhal. Ele não apenas recuperou a capacidade de controlar um mouse com a mente, como também conseguiu jogar videogame e até partidas de xadrez usando apenas os pensamentos.

Quem participa dos testes?

Os voluntários incluem pessoas com:

  • Lesão medular

  • Paraplegia

  • Tetraplegia

  • Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

A escolha do público se deve à urgência médica e ao potencial transformador que a tecnologia pode oferecer na qualidade de vida desses indivíduos.

IMPLANTAÇÃO CIRÚRGICA: COMO O CHIP É INSERIDO?

Neuralink, de Elon Musk, planeja permitir que uma pessoa controle um braço robótico apenas com os pensamentos - Hardware.com.br

A cirurgia para colocar o chip é realizada por um robô desenvolvido pela própria Neuralink. Esse robô é capaz de inserir fios ultrafinos no cérebro com precisão micrométrica, evitando vasos sanguíneos e reduzindo riscos.

A tecnologia de implantação segue três pilares:

1. Mínima invasividade

Os fios são mais finos do que um fio de cabelo humano e projetados para causar o menor impacto possível.

2. Precisão absoluta

O robô cirurgião posiciona cada eletrodo com precisão de submilímetros.

3. Monitoramento em tempo real

Os pacientes passam por meses de acompanhamento para garantir a estabilidade do implante e analisar a evolução das capacidades motoras.

ROCKY STOUTENBURGH: O HOMEM QUE BEIJOU UM BRAÇO ROBÓTICO

O caso de Rocky Stoutenburgh ganhou repercussão internacional não apenas pela demonstração tecnológica, mas pelo simbolismo envolvido.

Tetraplégico desde um acidente em 2006, Rocky já era conhecido na internet como um gamer que usa movimentos residuais no pescoço para jogar competitivamente. Ao receber o chip, ele se tornou um dos rostos públicos da nova fase da Neuralink.

Em sua demonstração mais recente:

  • Ele se aproximou de um braço robótico.

  • Em silêncio, apenas pensando na ação, controlou o membro artificial.

  • Moveu-o suavemente até encostar no próprio rosto.

  • E o beijou.

Para muitos, foi o primeiro vislumbre concreto de um futuro onde dispositivos externos se tornarão extensões naturais do corpo humano.

O SIGNIFICADO DESSE MARCO PARA A MEDICINA E A ROBÓTICA

Este avanço pode redefinir áreas inteiras da medicina, fisioterapia, reabilitação e robótica assistiva.

1. Reabilitação motora avançada

Pacientes que perderam movimentos podem voltar a realizar ações rotineiras, como:

  • alcançar objetos

  • se alimentar sozinhos

  • usar computadores

  • brincar com filhos

  • interagir com o ambiente

2. Autonomia ampliada

Para pessoas com paralisia total, a tecnologia pode devolver níveis de independência antes impensáveis.

3. Integração com próteses avançadas

Braços mecânicos estão evoluindo rapidamente, com sensores hápticos e motores mais precisos. Combinados ao controle mental, podem se tornar ainda mais eficientes.

4. Possibilidade de interfaces sensoriais

Futuras versões podem devolver sensação de toque usando impulsos elétricos enviados de volta ao cérebro.

DESAFIOS ÉTICOS, LEGAIS E BIOLÓGICOS

Apesar das conquistas, a tecnologia levanta diversas questões importantes:

• Segurança a longo prazo

Como o cérebro reage após anos com eletrodos implantados? Há risco de inflamação ou degradação?

• Privacidade neural

É preciso garantir que dados cerebrais — os mais íntimos que um ser humano possui — não possam ser acessados indevidamente.

• Uso militar e governamental

Poderia a tecnologia ser usada para fins de vigilância ou controle?

• Acesso desigual

A tecnologia pode ficar restrita a uma elite econômica, criando abismos biotecnológicos na sociedade.

ELON MUSK E SUA VISÃO DE FUTURO

Para Elon Musk, a Neuralink não é apenas uma empresa médica — é uma peça fundamental em sua visão de um futuro onde humanos e máquinas coexistem de forma simbiótica.

Segundo ele:

  • BCIs podem proteger a humanidade contra a inteligência artificial avançada.

  • Serão necessárias para acompanhar o ritmo da evolução tecnológica.

  • No futuro, chips poderão restaurar funções perdidas, ampliar capacidades e até transferir informações diretamente entre cérebros e computadores.

Embora muitos especialistas discordem do caráter futurista dessas ideias, a parte médica e científica já está mostrando resultados concretos.

O QUE ESPERAR NOS PRÓXIMOS ANOS?

A Neuralink prevê que, no futuro, chips poderão:

  • controlar cadeiras de rodas apenas com o pensamento

  • digitar textos em computadores

  • transformar próteses em extensões naturais do corpo

  • permitir que pessoas em estado de bloqueio total se comuniquem

  • restaurar movimentos perdidos por lesões severas

A corrida por essa tecnologia também envolve outros países — especialmente China, Canadá e Estados Unidos, que desenvolvem chips concorrentes com diferentes abordagens biomédicas.

CONCLUSÃO: UM PASSO GIGANTESCO RUMO A UM FUTURO CIBERNÉTICO

O chip cerebral da Neuralink, capaz de mover membros robóticos apenas com o pensamento, marca um momento histórico na integração entre cérebro e tecnologia. Embora ainda em fase clínica, o avanço é significativo e promete transformar a vida de pessoas com paralisia, além de abrir portas para novas fronteiras da neurociência.

Ainda há desafios éticos, técnicos e médicos imensos pela frente. Mas, pela primeira vez, a possibilidade de uma verdadeira simbiose entre máquinas e mente humana deixou de ser ficção científica — e se tornou um vídeo real, com um homem beijando um braço robótico que ele moveu apenas com seu cérebro.

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