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O caso Pocah: Quando reter gases vira problema de saúde e o que podemos aprender com isso

A cantora e influenciadora Pocah foi hospitalizada após fortes dores abdominais causadas pela retenção de gases. O episódio reacende um tema cercado de tabus: por que sentimos vergonha de funções naturais do corpo e quais os riscos disso para a saúde?

A cantora e influenciadora Pocah, conhecida por sua presença vibrante nas redes sociais e carreira musical de sucesso, recentemente enfrentou um episódio de saúde que surpreendeu e divertiu ao mesmo tempo. A artista revelou que precisou ser hospitalizada após sentir fortes dores abdominais provocadas pela retenção de gases.

Tudo começou de forma aparentemente banal: Pocah estava na companhia do noivo e, por vergonha, decidiu não liberar os gases. O desconforto, no entanto, evoluiu rapidamente, tornando-se uma dor intensa que a levou às pressas para o hospital.

Lá, a cantora foi medicada e orientada pelos médicos sobre os riscos de reter gases com frequência — uma prática muito mais comum do que se imagina, especialmente entre mulheres, por causa do constrangimento social associado a esse tema.

O episódio gerou uma enxurrada de comentários nas redes sociais, memes e reflexões. Afinal, por que ainda temos vergonha de algo tão natural quanto eliminar gases? E mais: o que realmente acontece dentro do corpo quando os retemos?

POCAH fala sobre a CRISE DE GASES e a repercussão internacional | TVZ Ao Vivo

Entendendo o que são os gases intestinais

Dor abdominal: aprenda como identificar se são gases intestinais ou outras patologias - Sanarmed

Os gases intestinais são um subproduto natural do processo digestivo. Durante a digestão, o corpo quebra os alimentos e libera gases como hidrogênio, metano e dióxido de carbono. Parte deles é absorvida pela corrente sanguínea, mas o restante precisa ser eliminado — seja pelo arroto (via oral) ou pelo flato (via anal).

Em média, uma pessoa libera gases de 10 a 20 vezes por dia. Essa é uma função fisiológica normal e necessária, que evita o acúmulo de ar no intestino e o desconforto abdominal.

Quando os gases não são expelidos, eles se acumulam no trato intestinal, causando:

  • Inchaço abdominal (distensão)

  • Cólica e dores intensas

  • Sensação de pressão interna

  • Alterações no apetite e náusea

O problema não é apenas o desconforto: reter gases com frequência pode agravar quadros de intestino irritável, causar inflamações locais e afetar o funcionamento do sistema digestivo.

A vergonha que adoece: O tabu dos gases e o impacto social

Gases no trato digestivo | Johns Hopkins Medicine

O caso de Pocah revelou mais do que uma simples situação médica expôs um tabu profundamente enraizado na sociedade. Desde cedo, aprendemos que liberar gases é “feio”, “inadequado” ou “vergonhoso”, especialmente em ambientes sociais ou íntimos.

Essa visão reforça padrões de comportamento, principalmente para as mulheres, que são ensinadas a reprimir sinais naturais do corpo. Essa repressão pode gerar ansiedade, desconforto e até sintomas físicos.

A própria Pocah, em suas declarações, disse que “teve vergonha de soltar gases perto do noivo”, algo que muitas pessoas consideraram engraçado, mas também triste  pois mostra o quanto a naturalidade corporal ainda é reprimida.

Especialistas em comportamento destacam que essa vergonha é fruto de normas sociais antigas, em que o corpo feminino deveria parecer “perfeito” e “sem imperfeições”. O problema é que essa idealização é incompatível com a biologia humana.

O que os médicos alertam sobre reter gases

Constipação (prisão de ventre): entenda as causas e sintomas

Segundo gastroenterologistas, não expelir gases quando há vontade pode causar complicações reais.

Entre os principais riscos estão:

  1. Dor intensa e distensão abdominal: o ar acumulado estica as paredes intestinais, causando espasmos e sensação de aperto.

  2. Refluxo e arrotos em excesso: o ar não liberado pelo reto pode subir pelo trato digestivo.

  3. Desequilíbrio intestinal: a retenção constante afeta o trânsito intestinal e a microbiota.

  4. Risco de inflamações: em casos raros e prolongados, pode causar inflamações no intestino grosso.

  5. Desconforto psicológico: a vergonha e a repressão corporal podem gerar tensão muscular, piorando o quadro.

Médicos recomendam não segurar os gases e buscar estratégias para minimizar o odor e o constrangimento, como se afastar discretamente, usar banheiros ventilados ou simplesmente normalizar o ato  afinal, todo mundo faz isso.

Dicas práticas para evitar o acúmulo de gases

QUAL A DIFERENÇA ENTRE GASES INTESTINAIS E GASES TRADICIONAIS? | Luftal Brazil

Além de aprender a não reprimir funções naturais, existem medidas simples que ajudam a prevenir o excesso de gases:

  • Evite engolir ar ao comer: mastigue devagar e evite falar durante as refeições.

  • Reduza o consumo de refrigerantes e bebidas gaseificadas.

  • Cuidado com alimentos fermentativos, como feijão, repolho, brócolis e batata-doce (sem excluí-los totalmente).

  • Mantenha o intestino em movimento: pratique exercícios físicos leves, como caminhada.

  • Hidrate-se bem, pois a água ajuda na digestão.

  • Inclua probióticos e fibras na dieta, que equilibram a flora intestinal.

Quando a dor é sinal de alerta

Síndrome do intestino irritável | Sintomas e tratamento

Nem sempre as dores abdominais provocadas por gases são simples. Em alguns casos, elas podem esconder doenças digestivas mais sérias, como:

  • Síndrome do Intestino Irritável (SII)

  • Intolerância à lactose

  • Doença celíaca

  • Disbiose intestinal

  • Obstruções intestinais

Se os sintomas forem persistentes, acompanhados de febre, náuseas, vômitos ou sangue nas fezes, é essencial procurar atendimento médico.

Humor e saúde: Quando o riso também ajuda a curar

O episódio com Pocah também gerou uma onda de memes e piadas nas redes sociais — e, de certa forma, isso ajudou a popularizar um tema médico de maneira leve e educativa.

Ao transformar a própria situação em aprendizado, a cantora usou sua influência de forma positiva, mostrando que rir de si mesmo é uma forma saudável de lidar com o corpo e seus limites.

Muitos profissionais de saúde aproveitaram o caso para desmistificar o assunto, reforçando a importância de falar abertamente sobre funções fisiológicas e cuidar da saúde digestiva sem constrangimentos.

Funções naturais e o corpo sem tabus

O caso de Pocah é um lembrete poderoso de que o corpo humano é uma máquina complexa — e nada do que ele faz é vergonhoso. Urinar, suar, liberar gases, menstruar ou evacuar são sinais de que o organismo está funcionando corretamente.

Normalizar esses temas é um passo importante para melhorar a educação corporal e emocional, reduzindo a ansiedade e promovendo uma relação mais saudável com o próprio corpo.

Em vez de reprimir, é preciso compreender e respeitar as necessidades fisiológicas.

Conclusão: Um alerta com humor e aprendizado

O caso da cantora Pocah ultrapassou o riso e virou um alerta médico e social. Ao ser hospitalizada por conta de gases presos, ela acabou levantando um debate essencial sobre naturalidade, autocuidado e tabus corporais.

Reter gases não é apenas um desconforto temporário  é um comportamento que pode trazer consequências reais para a saúde. O episódio mostra que cuidar do corpo é também permitir que ele funcione como deve, sem culpa, vergonha ou repressão.

Pocah, com sua sinceridade e humor, acabou se tornando um exemplo de que até situações embaraçosas podem inspirar aprendizado e mudanças de comportamento.

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