Ciência e Tecnologia

IA do Google, viralizou com retratos de perfil hiper-realistas: Veja como Criar a sua!

A onda de fotos escuras e sofisticadas revela tanto o fascínio pela tecnologia quanto os dilemas da uniformidade digital

Na última semana, tornou-se quase impossível navegar pelas redes sociais sem notar uma tendência peculiar: fotos de perfil com fundo escuro, iluminação dramática e aparência de ensaio profissional. A semelhança entre os retratos fez muitos acreditarem que todos haviam marcado hora com o mesmo fotógrafo renomado. A surpresa veio logo depois: as imagens não são fruto de estúdios reais, mas sim de um algoritmo de inteligência artificial.

O responsável pelo fenômeno é o Gemini, ferramenta de IA do Google que, em poucos cliques, gera imagens hiper-realistas a partir de descrições textuais — os chamados prompts. Bastou um “prompt padrão” cair no gosto do público para que perfis em massa fossem atualizados com retratos quase idênticos, dando a impressão de um estúdio imaginário coletivo.

Esse movimento gera um misto de encantamento e estranhamento. Por um lado, a tecnologia democratiza o acesso a retratos sofisticados, que antes exigiam câmeras caras, iluminação específica e profissionais especializados. Por outro, a padronização estética levanta debates sobre originalidade, identidade digital e os limites da criatividade quando guiada por algoritmos.

Retrato Ultra Realista com o App Gemini | TikTok

Como o “efeito Gemini” conquistou os feeds

Como Criar Imagens Incríveis com Google Gemini

A popularidade relâmpago do Gemini se explica pela combinação de facilidade de uso e impacto visual. Diferente de softwares complexos de edição, a ferramenta exige apenas algumas linhas de texto para gerar imagens com acabamento profissional.

Um único comando — algo como “retrato hiper-realista, fundo preto, iluminação dramática, estilo estúdio fotográfico” — se espalhou rapidamente em tutoriais e grupos de usuários. Resultado: milhares de pessoas aplicaram a mesma fórmula, produzindo fotos quase idênticas.

Essa repetição viralizou, transformando o “efeito Gemini” em um verdadeiro carimbo visual, tão marcante que criou a sensação de que um novo padrão estético nasceu nas redes sociais.

A democratização da estética profissional

Antes da inteligência artificial, conseguir um retrato com qualidade semelhante demandava:

  • contratar um fotógrafo profissional,

  • ter acesso a estúdio e equipamentos de iluminação,

  • investir tempo e dinheiro em produção.

Com o Gemini, qualquer pessoa com acesso à internet pode, em segundos, ter sua “foto de estúdio”. Isso representa uma democratização da estética visual, permitindo que usuários comuns exibam imagens com acabamento de revista sem precisar gastar.

Essa acessibilidade é um dos pontos mais celebrados pelos defensores da IA: a tecnologia nivela o jogo e abre portas para quem não teria condições de investir em produções profissionais.

Fascínio versus estranhamento

Apesar do impacto positivo, a explosão de retratos semelhantes também gera desconforto. O excesso de uniformidade faz com que perfis percam individualidade, criando a impressão de uma massa homogênea de rostos no mesmo cenário.

Esse paradoxo é típico da era digital: quanto mais ferramentas temos para expressar nossa singularidade, mais acabamos reproduzindo fórmulas que se tornam virais. A IA, nesse caso, funciona como um espelho do comportamento coletivo.

O debate sobre originalidade e identidade digital

A tendência levantou discussões importantes:

  1. Quem é o autor da imagem? – O usuário que escreveu o prompt, o Google que desenvolveu a IA ou a própria máquina?

  2. Até que ponto a foto representa a pessoa? – Embora hiper-realista, trata-se de uma simulação, não de um registro fiel.

  3. O que acontece com a noção de estilo pessoal? – Se todos usam o mesmo comando, a identidade visual se dilui.

Esses questionamentos se tornam centrais num momento em que as redes sociais são vitrines de identidade. Uma imagem gerada por IA pode ser vista tanto como forma de autoexpressão quanto como máscara digital padronizada.

Criatividade guiada por algoritmos

Nova trend: Imagens em 4K com IA Nano Banana

A ascensão do Gemini reacende um debate recorrente: até que ponto a criatividade mediada por IA é realmente livre? Se os usuários tendem a recorrer aos mesmos prompts, a diversidade criativa se estreita.

A questão vai além das redes sociais: artistas, designers e fotógrafos se preocupam com a padronização estética imposta por ferramentas que privilegiam determinados estilos. Isso poderia, a longo prazo, influenciar até a percepção coletiva sobre o que é “bonito” ou “profissional”.

O impacto para fotógrafos e criadores visuais

Naturalmente, fotógrafos profissionais se veem diante de um dilema. De um lado, reconhecem a potência criativa das ferramentas de IA; de outro, percebem que muitos clientes podem optar por retratos digitais em vez de sessões reais.

No entanto, há quem enxergue oportunidade: a fotografia humana pode ganhar ainda mais valor como contraponto ao artificial. A espontaneidade, a imperfeição e a experiência presencial de um ensaio continuam sendo diferenciais que a IA não consegue reproduzir.

Questões éticas e sociais

Além da estética, a febre do Gemini também levanta preocupações éticas:

  • Privacidade: retratos hiper-realistas podem ser manipulados para usos indevidos.

  • Fake profiles: imagens de “pessoas inexistentes” podem alimentar golpes digitais.

  • Padronização social: reforça ideais de beleza artificiais, muitas vezes inatingíveis.

  • Dependência tecnológica: estimula a substituição de experiências reais por simulações digitais.

Esses pontos mostram que a popularização da IA exige debates urgentes sobre responsabilidade, regulação e educação digital.

Tendência passageira ou novo padrão estético?

Resta a dúvida: o “efeito Gemini” será apenas uma moda passageira ou consolidará uma nova forma de retrato nas redes sociais?

Se olharmos para fenômenos anteriores — como filtros do Instagram, avatares do Lensa e artes geradas pelo DALL·E —, é provável que a estética atual dê lugar a novas tendências. Mas uma coisa é certa: o impacto da IA na representação visual das pessoas já é irreversível.

A Pedro Basso de ontem, com seus túneis verdes reais em Foz do Iguaçu, agora encontra paralelo em um “estúdio universal digital”, onde todos compartilham o mesmo cenário virtual.

Como criar sua própria foto de perfil no estilo “estúdio profissional” com o Gemini

Passo a passo para usar o Gemini

Nova trend do Gemini transforma selfies em fotos profissionais | ConectaJá - Tudo que importa sobre sua internet e telefonia

Atualmente, o Gemini está disponível gratuitamente no navegador e também em aplicativo oficial para Android (Google Play). No iOS, ele ainda está sendo integrado ao Google app, mas já pode ser testado em algumas regiões.

1. Acesse a plataforma

  • No navegador: entre em https://gemini.google.com (é preciso estar logado com sua conta Google).

  • No celular: baixe o app Gemini (no Android) ou use o Google app no iPhone.

2. Escolha o modo de criação de imagens

  • Dentro do Gemini, selecione a opção “criar imagem”.

  • Você verá um campo de texto onde deve digitar seu prompt (comando de instrução).

3. Use o prompt certo

O prompt que viralizou segue um padrão mais ou menos assim:

Retrato hiper-realista de uma pessoa, fundo preto, iluminação dramática de estúdio, estilo fotográfico profissional, foco no rosto, qualidade 8k.

👉 Dicas:

  • Se quiser algo mais natural, troque “fundo preto” por “fundo neutro claro” ou “cenário externo ao pôr do sol”.

  • Se deseja variar, pode incluir “estilo cinematográfico”, “inspiração anos 80” ou até “realismo artístico”.

4. Gere e selecione

  • O Gemini cria geralmente 4 versões da imagem.

  • Escolha a que mais gostar e salve no seu dispositivo.

5. Ajuste final (opcional)

  • Você pode usar um editor leve como Snapseed (Android/iOS) ou Lightroom Mobile para pequenos retoques, como contraste ou saturação.


Outros aplicativos e alternativas

Além do Gemini, existem outros apps que permitem criar retratos parecidos:

📌 DALL·E (OpenAI)

  • Disponível dentro do ChatGPT (app para Android e iOS ou versão web).

  • Permite gerar imagens a partir de prompts detalhados.

  • Vantagem: integração com edição (inpainting), ou seja, você pode corrigir partes da imagem.

📌 MidJourney

  • Funciona via Discord.

  • Focado em artes hiper-realistas, é muito usado por designers.

  • Prompt exemplo:

    Hyper-realistic portrait, dramatic lighting, black background, professional studio style, ultra detailed

📌 Apps de celular populares

  • Lensa AI (iOS/Android): ficou famoso por criar “avatares mágicos”.

  • Remini: usado para transformar selfies em retratos com acabamento profissional.

  • FacePlay: combina IA com efeitos de estilo para fotos e vídeos.


Dicas extras para não cair na “uniformidade”

  • Teste prompts personalizados (mude cor do fundo, tipo de luz, expressão).

  • Use descrições criativas: “estilo retrato barroco”, “inspirado em fotografia de Annie Leibovitz”, “com iluminação natural pela janela”.

  • Misture IA + edição humana: gerar no Gemini e finalizar num app de edição dá um toque único.

Conclusão

O sucesso do Gemini e a enxurrada de retratos hiper-realistas mostram o poder transformador da inteligência artificial sobre a estética digital. Ao mesmo tempo em que democratiza o acesso a imagens sofisticadas, a tecnologia desafia noções de originalidade, identidade e autenticidade.

O fenômeno nos convida a refletir: quem somos na era em que podemos ser qualquer imagem em poucos cliques? O fascínio e o estranhamento caminham juntos, lembrando que a beleza, quando padronizada, pode perder parte de sua essência.

O futuro da fotografia digital talvez não seja substituir o real, mas conviver com ele — entre retratos artificiais que encantam pelo acabamento e ensaios humanos que emocionam pela autenticidade.

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