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Coperni reinventa os cintos e transforma bolsas em peças flutuantes na Paris Fashion Week 2025

A marca francesa apresentou uma coleção primavera/verão 2026 que redefine a função dos acessórios, unindo praticidade, estética e inovação em um desfile que chamou atenção pela ousadia e pelo design futurista.

Na segunda-feira, 6 de outubro de 2025, o universo da moda parou para assistir a mais um capítulo da ousadia criativa da Coperni, marca francesa conhecida por misturar tecnologia, elegância e minimalismo. Durante o Paris Fashion Week, a grife apresentou sua coleção primavera/verão 2026, e o que mais chamou a atenção não foram os tecidos ou as cores mas os cintos.

Sim, os cintos. Tradicionalmente vistos como acessórios secundários, eles ganharam novo protagonismo nas passarelas da Coperni, ao se tornarem estruturas que sustentam bolsas de diferentes formatos, criando a ilusão visual de que os acessórios flutuam sobre o corpo.

O resultado? Uma estética leve, quase etérea, que une futurismo, funcionalidade e arte  e reforça a posição da Coperni como uma das marcas mais inovadoras do mundo da moda contemporânea.

Coperni - Fashion Week - Desfiles - Moda para senhora - Primavera/ Verão 2026 - Paris

 A proposta da Coperni: O cinto como extensão do corpo e da roupa

Desfile da coleção Coperni Primavera-Verão 2026 durante a Semana de Moda de Paris : r/whatthefrockk

A coleção apresentada pela Coperni no Musée de l’Homme, em Paris, foi marcada por um conceito claro: os limites entre roupa e acessório estão se desfazendo.
Os estilistas Sébastien Meyer e Arnaud Vaillant, fundadores da marca, apostaram em um design que transforma o cinto em uma plataforma multifuncional.

Nessa nova proposta, o cinto deixa de ser apenas um item de suporte e passa a desempenhar papéis estéticos e práticos. As bolsas, em diversos formatos — geométricas, ovais, retangulares e até inspiradas em estruturas metálicas —, foram fixadas diretamente aos cintos, criando composições que pareciam desafiar a gravidade.

A técnica deu origem à sensação de que os acessórios flutuavam sobre o quadril ou a cintura, acompanhando o movimento do corpo de forma natural e elegante.

O resultado é um visual ao mesmo tempo sofisticado e experimental, que traduz a essência da Coperni: a fusão entre o humano e o tecnológico, o simples e o surpreendente.

A inspiração: Entre a moda utilitária e o design de performance

Segundo os próprios criadores, a ideia partiu da observação de como o público urbano contemporâneo busca praticidade sem abrir mão da estética. Em um mundo acelerado, onde smartphones e pequenos objetos precisam estar sempre à mão, as bolsas integradas ao cinto surgem como uma resposta criativa à rotina moderna.

Além disso, a Coperni é conhecida por se inspirar em formas industriais e tecnológicas, explorando materiais como resina, metal polido e tecido técnico.
Esses elementos aparecem de maneira evidente na coleção primavera/verão 2026, em que os cintos parecem estruturas arquitetônicas minimalistas, contrastando com o movimento fluido das roupas.

O conceito também remete à tendência “tech-chic”, na qual a moda abraça a funcionalidade inspirada em dispositivos tecnológicos, como se cada peça tivesse um propósito além da estética.
No caso da Coperni, esse propósito é tornar o vestir uma experiência interativa, em que o corpo, a roupa e o acessório se fundem em uma só linguagem.

 O truque visual: Quando a bolsa parece flutuar

PARIS FASHION WEEK Advinha quem assistiu ao desfile da Coperni na primeira fila? @maluborgesm foi uma das únicas brasileiras convidadas para o fashion show de Arnaud Vaillant e Sébastien Meyer e divide

O que fez a plateia se encantar durante o desfile foi o truque visual criado pelos designers.
Os cintos, desenhados de forma quase invisível, sustentavam as bolsas por suportes transparentes ou por mecanismos internos que se encaixavam na cintura, fazendo com que o acessório parecesse estar suspenso no ar.

Essa ilusão ótica remete a conceitos de levitação e leveza, que já apareceram em outras coleções da Coperni — como o famoso vestido em spray usado por Bella Hadid no desfile de 2022, que marcou época na moda.

Ao reinterpretar agora a relação entre corpo e acessório, a marca reafirma sua vocação em transformar o banal em espetáculo. O que antes era apenas uma bolsa, agora se torna uma extensão flutuante da silhueta humana.

Além das bolsas: O conceito de moda como performance

A Coperni sempre tratou seus desfiles como experimentos performáticos.
Desde a criação de roupas em tempo real com tecnologia 3D até colaborações com engenheiros e cientistas, a marca entende a moda como uma forma de diálogo entre arte e ciência.

Nesta temporada, os cintos e bolsas flutuantes representaram a continuação dessa narrativa, em que cada peça é projetada não apenas para ser vestida, mas para ser experimentada e observada.

O desfile trouxe ainda looks em tons neutros — branco, cinza, azul-acinzentado e preto —, com tecidos de brilho sutil e cortes precisos. Essa paleta suave funcionou como pano de fundo perfeito para o destaque dos acessórios, permitindo que o olhar do público se concentrasse no movimento e na ilusão de flutuação.

 Moda e tecnologia: O DNA da Coperni

Fundada em 2013, a Coperni é reconhecida mundialmente por seu DNA tecnológico e vanguardista.
Seu nome é uma homenagem ao astrônomo Nicolau Copérnico, que revolucionou a ciência ao propor que a Terra gira em torno do Sol — uma metáfora perfeita para o espírito da marca, que também gira em torno da inovação e da quebra de paradigmas.

Nos últimos anos, a Coperni tem explorado materiais experimentais e técnicas digitais, trabalhando lado a lado com engenheiros, programadores e laboratórios de design.
A ideia central é sempre a mesma: transformar o impossível em possível dentro do universo da moda.

Assim como o vestido de spray de 2022 se tornou um ícone viral, as bolsas flutuantes de 2025 prometem ser o novo símbolo do design híbrido, no qual a arte encontra a tecnologia.

Diálogo entre passarelas: Milão e Paris compartilham a tendência

Embora a Coperni tenha roubado os holofotes da Paris Fashion Week, outras marcas já vinham explorando o conceito de bolsas integradas ao corpo.
Na Semana de Moda de Milão, por exemplo, grifes como Dhruv Kapoor (@dhruvkapoor) e Anteprima (@anteprimaofficial) também apresentaram versões criativas de bolsas presas ao quadril, reinterpretando as tradicionais pochetes de maneira elegante e futurista.

A diferença é que a Coperni levou o conceito um passo além, aplicando seu toque característico de ilusão e design minimalista, transformando a ideia em algo artístico e conceitual.

Essa troca criativa entre as semanas de moda mostra como as tendências contemporâneas se constroem em rede, com diferentes marcas contribuindo para um mesmo movimento estético neste caso, a fusão total entre acessório e vestimenta.

Tendência confirmada: O retorno dos acessórios funcionais

Depois de temporadas dominadas por maxi-bolsas e microbags, o universo fashion parece agora se voltar para acessórios híbridos, que unem estilo e utilidade.
Os cintos-bolsa, bolsas integradas à roupa e estruturas modulares são respostas diretas à mudança de comportamento do consumidor, que busca praticidade, mobilidade e expressão pessoal em um mesmo look.

As redes sociais já ecoam esse movimento: influenciadores de moda e stylists comentam o impacto da Coperni e apostam que os cintos funcionais serão uma das grandes tendências de 2026.
No TikTok e Instagram, vídeos do desfile acumulam milhões de visualizações, e a estética “bag belt floating” (bolsa flutuante) já começa a aparecer em editoriais e shootings experimentais.

Significado simbólico: Quando o acessório se torna extensão da identidade

No campo conceitual, a proposta da Coperni vai além da estética: ela questiona o papel do acessório na identidade humana.
Se antes as bolsas eram símbolos de status e estilo, agora se transformam em expressões de individualidade e mobilidade.

A ilusão da bolsa flutuante simboliza também a leveza e a autonomia contemporânea  uma geração que carrega o essencial, sem excessos, mas de forma criativa.
É como se a moda dissesse: “você não precisa segurar o mundo nas mãos; ele pode orbitar ao seu redor”.

Essa leitura poética reforça a filosofia minimalista e tecnológica da marca, que vê a moda como um espelho da sociedade em transformaçãoA estética da coleção: minimalismo, fluidez e leveza

Visualmente, a coleção primavera/verão 2026 da Coperni aposta em formas puras e cortes arquitetônicos, inspirados nas linhas do design escandinavo e no conceito de gravidade zero.

Os tecidos  muitos deles translúcidos ou com acabamento brilhante refletem luz e movimento, criando uma sensação constante de flutuação.
Os sapatos seguem a mesma linha: leves, aerodinâmicos e de solado fino, reforçando a ideia de mobilidade e leveza.

O styling foi propositalmente limpo, com cabelos presos e maquiagem neutra, para que o foco fosse a interação entre corpo e acessório.

Em resumo, é uma moda que não veste apenas o corpo, mas também a mente e a imaginação.

 Moda, arte e futuro: O legado da Coperni

Mais do que lançar uma tendência, a Coperni reafirma com este desfile sua posição como uma das marcas que mais redefinem os limites da moda contemporânea.
Ao transformar cintos em bases para bolsas flutuantes, ela cria uma ponte entre o pragmatismo urbano e a fantasia tecnológica dois polos que resumem perfeitamente o espírito do século XXI.

Se o futuro da moda é a fusão entre forma, função e imaginação, então a Coperni já está um passo à frente.
Sua coleção não apenas surpreende visualmente, mas também propõe uma reflexão sobre como nos relacionamos com os objetos que carregamos todos os dias.

E talvez essa seja a mensagem mais poderosa do desfile: a beleza pode ser prática, e a praticidade pode ser poética.

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